segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Tatuado (red)

Acorrentado nos confins do oceano onde um pouco de luz parece iluminar um ténue limbo esmeralda verde à minha volta, aceito o peso das correntes que sobre a pele descansam e me seguram neste lugar insondável de onde parece ser impossivel libertar-me... Um cemitério para almas penadas, ainda não mortas... Mas perdidas e abandonadas.

A única coisa que flui livremente é o meu espirito... O meu pensamento... Que ainda fervilha com a tarde de calor desértico em que vi o feitiço escrito no teu corpo ondular em minha direcção... Como uma serpente, as flores que te marcavam a pele pareciam hipnotizar-me chamando-me para fora da minha realidade, para um Universo onde o desejo e paixão eram possiveis pelo simples querer... Onde o magma atingia uma intensidade que derretia o planeta à nossa volta e perdidos, soltos no espaço entregávamos a carne um ao outro para se fundir numa nova estrela.

Esse é o fogo que guardo... Que acendeste... Aqui no meu gélido e solitário canto do oceano...

Perdido... Mas não morto...

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