segunda-feira, 31 de maio de 2010

Objectivo?

É tão difícil vencer o silêncio que criamos com o afastamento... Um dia temos um mundo, no outro temos um buraco. Calamo-nos e voltamos a erguer barreiras para nos proteger e quando olhamos em redor tudo o que fizemos foi alimentar uma caverna. Cada dia  mais um pouco, cada dia menos acessíveis... Cada vez mais perto de um final desenhado a lápis de carvão... Esborratado, negro e triste.

Grita!!!

Em paz

O toque devia demonstrar mais que as palavras, se assim é, estou apresentado. Voei, toquei e mostrei qual a essência dos sonhos, como se chega a planetas e galáxias perdidas para almas mortais. Quando necessário, forte, quando perdida, compreensivo, quando frágil... Tomei-te debaixo das minhas asas e fechei esse corpo abandonado numa armadura intransponível para que pudesses descansar de todos os fantasmas que te perseguiam, aqui ninguém chega. Aqui, a fortaleza... Azul, escura, metalizada, indestrutível... Tu sabes... Somos nós.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O punho esquecido

Dei-te algo que não te pertencia. Um bocado de mim que não quiseste. Se o renunciaste, tomo-o como meu novamente e de mim apenas fica a maneira como sei que sou capaz de sonhar uma vida...



Sinto vontade de fugir mas sinto que sempre que começo a correr para onde quer que vá nunca chego ao destino certo. Tu és quem procuro encontrar para onde quer que vá é de ti que  fujo de onde quer que parta. Não sei para onde fugir. Tu chegas lá sempre primeiro. Não consigo sentir-me satisfeito independentemente de  onde me encontre, sinto-me sempre deslocado de onde realmente quero estar. Quero-te dentro de mim, quero estar dentro de ti.

Perdido

Acordei... E estava no sonho de quem é desejado... Entrava no carro e guiava a noite toda para chegar até ti. Quando o desejo fazia de tão breve voo algo de infinito o meu pé carregava por resolver a febre da tua ausência.

Acordei... E sorria dias infindáveis por saber que alguém poderia ter sangue bombeado nas suas veias pelo meu coração. Sorrisos de algo infinitamente inexplicável e que alimentámos com o suor dos nossos corpos, lavados em lava durante noites e noites que me fizeram perceber a falta de uma força na minha vida. Esse olhar verde mostrou-me que a vida não tinha acabado e que quando alguém como nós se conhece da maneira como nos conhecemos e entregamos as chaves do nosso destino nas mãos um do outro, perdidos, ansiosos por encontrar um caminho a dois as possibilidades são infinitas...

Tu e eu...

Como acabou?
Como deixei eu escapar o que tu afirmas e eu compreendo como algo único?
Não consigo rasgar a carne fora, mas por ti faria-o para voltarmos a ser aquele que fomos.

Guiar a noite toda para sentir o teu abraço, despido desta minha pele de animal para descansar na ponta desses dedos compreensivos e apaixonantes.

Perdi por opção.

Perdido...

Perdi.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Quero apenas levar o que fizer

Quantas vezes penso no que estou a fazer de errado e sinto-me perdido por não saber que mesmo estando a agir de uma forma certa podia fazê-lo de muitas outras maneiras. Baralho-me e perco-me procurando a que estaria mais correcta e acabo por não ter forças para realizar nenhuma ou um pouco de todas incompletas... Ou mesmo erradas! Quando tenho tudo para o fazer como deve de ser... Falho em todas as saídas possíveis por querer fazer tudo... E fico sem nada.
Hoje algo me chamou a atenção e fez-me perceber que mesmo quando penso agir bem, estou errado. Quando não quero errar em lado nenhum estrago todos! Precisava de me restringir a um caminho... Um trilho que possa talhar sozinho mas olhando para todos à volta sinto a obrigação de tentar resolvê-los a todos e o meu ainda está por desbravar.
Quem me pode ajudar?
Para onde devo seguir?
Qual o fogo que ilumina a minha vida?
Sinto-me hoje derrotado pelo novelo que criei tentando pegar em todas as pontas que encontrei, mas acabei enrolado. Estou atado e de cara no chão sinto a poeira a secar-me os pulmões, o ar que respiro e pensava ser fresco do espaço que arranjei para a minha felicidade não é mais que isto... Um texto solto e abandonado numa imensidão de vazio.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Uma única palavra

Uma palavra...

Sabes como respiro a tua atenção e como te quero tocar mas mesmo assim...
Nem uma palavra...

Um sms, mail, toque ou comentário para saber onde andas ou se ainda te preocupas...
Mas nem uma única palavra...

Sabes que espero e desespero pelo teu sinal, aquele que não posso buscar senão em mim...
E nem assim surge essa palavra...

Sento-me no escuro da ignorância tentando imaginar o que te possa estar a manter a esta distância...
E tu comes a tua palavra...

Vomita-a, seja ela qual for... Adeus... Saudade... Desejo... Obrigação... Responsabilidade... Tristeza... Solidão... Buraco... Tempestade... Oportunismo... Indecisão... Merda... Foda-se...

Quanto custa para ti uma palavra?
Mais que a escuridão a que me entregaste na tempestade de desejo que criaste?