Passaram pouco
mais de 4 dias e ainda estás entranhada em mim…
Sinto o corpo
ainda tremer por cada vez que me lembro de nós os dois juntos… Tão estranho… Como
uma árvore retorcida sinto o meu corpo vergar-se vezes e vezes sem conta sobre
si mesmo. Se pudesse só ter mais uma dose… Pequena… Uma dose sem ninguém saber…
Ou então tomava um pouco menos todos os dias, sem ter de deixar de tomar-te em
mim assim… Mas não dá para reduzir, ou é tudo ou nada, a forma como a tua falta
se faz sentir até nas pequenas doses já me faz abalar… E tu tomas conta de mim…
Assim que me deixasse cair novamente, aquecias-me, confortavas-me, deixavas-me
utopicamente feliz. Sedado da realidade, criava os meus sonhos em volta
daqueles riscos de céu colorido que me davas… Adormecido da realidade,
alimentava-me da falta de comida e enchia-me de ti.
És a ilusão
perfeita, tudo aquilo que vejo é o que não és, tudo o que penso fazer contigo é
o que não fazes de mim e quando da noite se abrem os olhos fica tudo baço… És a
droga que me tolda o sentido, que me apaga o caminho, que me pega no colo, que
me deixa sozinho. Pouco mais de 4 dias e já me sinto a definhar por nem um
cheiro te poder dar, fico pequeno, pequeno, escondidinho num canto para nem eu
próprio me encontrar, para não dar parte fraca novamente e me entregar de braços
abertos cegamente. Vou deixar passar mais uns minutos, uns dias, semanas, sei
lá… Não sei o que aguento longe… Uma corrida tua agora nos meus sentidos acabava
com toda esta ausência e sofrimento… O teu toque agora nas minhas células,
escondia-me longe outra vez a dura realidade.
Um passo de cada
vez… Um dia de cada vez… Se não acredito no que bom fazes por mim, que seja de
vez um adeus para te esquecer e aprender a ter felicidades pintadas com verdade
e não sonhos riscados de mentira.